Hoje, toda a grande Família Franciscana celebra a grande graça que São Francisco recebeu de Jesus: ter na carne as Chagas, marcas da Paixão de Jesus.
Assim narra São Boaventura um de seus biógrafos:
“O fiel servo e ministro de Cristo, Francisco, dois anos antes de entregar a Deus o espírito, tendo iniciado num lugar elevado e solitário chamado Monte Alverne, um jejum de 40 dias, em honra de São Miguel, infundiu-se nele a suavidade de elevada contemplação e começou a perceber dons vindos do alto. ... Enquanto se arrebatava em Deus, certa manhã, próximo à festa da Exaltação da Santa Cruz (14 de setembro), rezando na encosta do monte, viu uma espécie de serafim, tendo seis asas tão fúlgidas quanto ígneas, do alto dos céus. Com voo célere pelo ar, chegando perto do homem de Deus, apareceu não só alado, mas crucificado. Francisco admirou-se assaz e ... a visão cruel da crucifixão atravessava-lhe a alma com uma espada de dor compassiva.
A visão desapareceu, depois de misterioso e familiar colóquio, e inflamou-o interiormente por seráfico ardor: marcou-lhe a carne externamente com uma efígie do Crucifixo... Logo, nas mãos e nos pés começaram a aparecer-lhe os sinais dos cravos, ... Também o lado direito, como se fosse transpassado por uma lança, apresentava rubra cicatriz que frequentemente vertia sangue sagrado.
Depois Francisco desceu do monte, trazendo em si a efígie do Crucificado, não gravada em tábuas de pedra ou de madeira por mão de artífice, mas inscrita em membros carnais pelo dedo do Deus vivo.”
Que São Francisco, o homem das Chagas, seja sempre exemplo para nossa vida e nossas ações.